Em 1998 o mundo assistiu,
atónito, a uma série de fenómenos de índole escandalosa que conduziram diversas
e conhecidas grandes empresas ao encerramento.
Estas ocorrências tiveram origem
num conjunto de procedimentos, executados com o propósito de, embora sem base
na actividade produtiva das empresas, lhes aumentar o valor, o que justificava
mais altos prémios de gestão, que por ser, também, detentora de acções da
própria empresa via as suas carteiras de títulos valorizadas.
De caminho, estas manobras
permitiam, igualmente, melhorar a imagem das empresas perante das instituições
financeiras, assegurando, dessa forma, mais crédito.
Em consequência os estados impuseram
novos regulamentos sobre governação das empresas, sobretudo das que são cotadas
em bolsa, com o intuito de melhorar os sistemas de controlo, dando, assim,
maiores garantias aos accionistas e instituições, nomeadamente financeiras, que
com elas se relacionam.
O que infelizmente não aconteceu,
com as consequências que agora todos experimentamos, foi os estados imporem a
si próprios regras que impedissem certas práticas que os igualaram, em muitos
casos, às empresas prevaricadoras.
Na realidade, um pouco por todo o
lado, os estados usaram esquemas que foram permitindo uma vida acima das suas
possibilidades.
À saída da crise que
atravessamos, os estados, para serem fortes como deles precisamos, terão de
estar dotados de novas regras de governo, que devem aplicar universalmente com
sensatez e rigor.