janeiro 30, 2013

Transparência

Em 1998 o mundo assistiu, atónito, a uma série de fenómenos de índole escandalosa que conduziram diversas e conhecidas grandes empresas ao encerramento.
 
Estas ocorrências tiveram origem num conjunto de procedimentos, executados com o propósito de, embora sem base na actividade produtiva das empresas, lhes aumentar o valor, o que justificava mais altos prémios de gestão, que por ser, também, detentora de acções da própria empresa via as suas carteiras de títulos valorizadas.
De caminho, estas manobras permitiam, igualmente, melhorar a imagem das empresas perante das instituições financeiras, assegurando, dessa forma, mais crédito.
Em consequência os estados impuseram novos regulamentos sobre governação das empresas, sobretudo das que são cotadas em bolsa, com o intuito de melhorar os sistemas de controlo, dando, assim, maiores garantias aos accionistas e instituições, nomeadamente financeiras, que com elas se relacionam.
O que infelizmente não aconteceu, com as consequências que agora todos experimentamos, foi os estados imporem a si próprios regras que impedissem certas práticas que os igualaram, em muitos casos, às empresas prevaricadoras.
Na realidade, um pouco por todo o lado, os estados usaram esquemas que foram permitindo uma vida acima das suas possibilidades.
À saída da crise que atravessamos, os estados, para serem fortes como deles precisamos, terão de estar dotados de novas regras de governo, que devem aplicar universalmente com sensatez e rigor.