D. Sebastião partiu para África motivado pela obsessão de combater os inimigos
da cristandade de que ele julgava ser o instrumento de salvação.
Perdemos a Batalha de Alcácer Quibir, de onde D. Sebastião não voltou.
Ficámos com uma crise dinástica e perdemos a soberania.
D. Sebastião foi o problema, porque se meteu por onde não devia, mas,
igualmente, o desejado, porque, para muitos, se mantinha a crença de que
voltaria para garantir a nossa independência.
Dele se esperou o impossível: que regressasse para resgatar a Nação!
Em Portugal somos muito propensos a criar grandes expectativas em tudo
em que nos metemos, quando, em muitos casos, deveríamos ser mais humildes nessas
esperanças.
Ao longo dos últimos anos temos saudado, inúmeras vezes, a chegada de “D.
Sebastião”.
Ele já foi educação, turismo, energias alternativas, vias de
comunicação, novas tecnologias, mais recentemente mar, actualmente austeridade
e já se percebeu que o candidato a próximo “D. Sebastião” é crescimento.
É certo que temos uma vocação ou uma aptidão especial e
é verdade que em cada momento da nossa vida temos de ter prioridades, mas não
podemos esperar resolver todos os nossos problemas de uma assentada e apenas
com base num só aspecto.
Temos de apostar, trabalhando afincadamente, no que pode trazer
retorno e não ficarmos, apenas, à espera que se concretizem as propriedades
milagrosas que são atribuídas a um sector, a um processo ou a um cluster.
Temos de explorar todas as possibilidades e trabalhar em todas as
frentes, esperando de cada coisa somente aquilo que ela pode dar!
D. Sebastião morreu! Não vale a pena perdermos mais tempo à espera
dele!