agosto 23, 2012

D. Sebastião


D. Sebastião partiu para África motivado pela obsessão de combater os inimigos da cristandade de que ele julgava ser o instrumento de salvação.
Perdemos a Batalha de Alcácer Quibir, de onde D. Sebastião não voltou.
Ficámos com uma crise dinástica e perdemos a soberania.
D. Sebastião foi o problema, porque se meteu por onde não devia, mas, igualmente, o desejado, porque, para muitos, se mantinha a crença de que voltaria para garantir a nossa independência.
Dele se esperou o impossível: que regressasse para resgatar a Nação!
Em Portugal somos muito propensos a criar grandes expectativas em tudo em que nos metemos, quando, em muitos casos, deveríamos ser mais humildes nessas esperanças.
Ao longo dos últimos anos temos saudado, inúmeras vezes, a chegada de “D. Sebastião”.
Ele já foi educação, turismo, energias alternativas, vias de comunicação, novas tecnologias, mais recentemente mar, actualmente austeridade e já se percebeu que o candidato a próximo “D. Sebastião” é crescimento.
É certo que temos uma vocação ou uma aptidão especial e é verdade que em cada momento da nossa vida temos de ter prioridades, mas não podemos esperar resolver todos os nossos problemas de uma assentada e apenas com base num só aspecto.
Temos de apostar, trabalhando afincadamente, no que pode trazer retorno e não ficarmos, apenas, à espera que se concretizem as propriedades milagrosas que são atribuídas a um sector, a um processo ou a um cluster.
Temos de explorar todas as possibilidades e trabalhar em todas as frentes, esperando de cada coisa somente aquilo que ela pode dar!
D. Sebastião morreu! Não vale a pena perdermos mais tempo à espera dele!

agosto 09, 2012

Olha, vê!

Olha, vê é uma expressão muito usada pelos madeirenses, que, à primeira vista, parece redundante, mas que, interpretada com mais profundidade, revela a necessidade de olharmos e de, em simultâneo, vermos, o que nem sempre, como provavelmente já experimentámos, acontece.
Quantas e quantas vezes olhamos e nada vemos?!
Li, há dias, num artigo publicado na revista “The Economist” que o dono da cadeia de retalho de “lingerie” Victoria´s Secret passava um mês por ano a viajar pelo mundo, vendo o que faziam as outras empresas, em busca de ideias para aplicar na sua.
Vivemos nos Açores demasiado fechados sobre nós mesmos, distantes do mundo, que, muitas vezes, apenas olhamos ao longe e de forma difusa.
Temos de partir em viagem!
Temos de ir conhecer o mundo! Olhá-lo de perto e vê-lo!
Temos de abrir os olhos e a mente, fazendo um esforço para compreender o que os outros fazem e perceber como o fazem. Reflectir sobre a realidade deles e a propósito do nosso quadro de vida. Verificar como podemos aproveitar o que vemos ao serviço dos nossos objectivos e no contexto das nossas das nossas idiossincrasias e limitações.
Finalmente, temos de regressar a casa e partilhar com os nossos concidadãos o que vimos e o que pensámos, agindo.
O que trouxermos do mundo tem de resultar em valor, fruto das nossas capacidades para observar, para pensar, para criar, para inovar e para fazer.
Boa viagem.