fevereiro 20, 2013

Tudo ao mesmo tempo

Todos, enquanto humanos, procuramos ter um emprego, por razões económicas, é certo, mas também por realização pessoal.
 

Queremos o melhor emprego, isto é, aquele que possibilite a maior remuneração e o menor esforço.

Queremos, igualmente, que as nossas empresas suportem uma parte das nossas reformas e que o Estado que formamos nos garanta assistência na doença e nas alturas más das nossas vidas, nomeadamente quando estamos desempregados.
 
Desejamos, enquanto trabalhadores, férias remuneradas, jornadas de trabalho curtas, mais folgas e uma reforma que chegue cedo.

Mas também somos consumidores, que querem poder comprar tudo a preços baratos, pressionando, dessa forma, as empresas a reduzir custos, o que também chega pela concorrência de empresas de países onde os salários são mais baixos e a protecção social não existe ou é diminuta.

As empresas que nos dão emprego ficam, assim, vulneráveis e, em muitos casos, não sobrevivem.

Afirmamos que a concorrência é desleal, mas compramos!

Há paradigmas da nossa vida sobre os quais temos de reflectir com profundidade, frieza, sem demagogia e sem preconceitos.

Cada um deve retirar as suas conclusões e procurar forma de contribuir para que se mude o que tem de ser mudado.

Se é certo que o mundo é um rolo compressor, que não podemos parar, e nos molda a vida, é, também verdade, que o mundo não será diferente se cada um de nós, individualmente, for hoje igual a ontem.     



fevereiro 13, 2013

Já e em força!


As dificuldades dos tempos que correm colocaram na agenda a questão relativa ao abandono gradual a que fomos votando os sectores dos chamados bens transaccionáveis e a consequente incapacidade exportadora da nossa economia.
Ao longo dos anos temos, também, assistido a permanentes apelos para as empresas portuguesas investirem em países estrangeiros.
Estes dois movimentos são essenciais, porque podem permitir o desenvolvimento das empresas do nosso país e o crescimento da economia para além das limitações impostas pela nossa dimensão.
Apesar de algumas tentativas e de pouquíssimos exemplos bem sucedidos, as empresas dos Açores nunca prosseguiram com consistência e persistência, políticas de expansão da sua actividade para outras geografias.
Razões diversas justificarão esta espécie de isolacionismo das empresas nossas conterrâneas, mas do meu ponto de vista o que mais tem contribuído para este resultado é nossa visão muito pouco confiante nas nossas capacidades.
A necessidade de obtenção de ajuda externa, em forma de recursos financeiros, para o desenvolvimento da Região, tornou o nosso discurso muito focado na nossa pequenez, nos nossos problemas e nas nossas fraquezas.
Isso tornou-nos ainda mais pequenos e mais fracos!

No quadro das mudanças que temos de operar para sairmos da crise em que estamos, as nossas empresas tem de assumir uma postura mais agressiva nesta frente, adoptando com constância políticas de identificação de oportunidades em mercados externos onde possam investir.