Todos, enquanto humanos,
procuramos ter um emprego, por razões económicas, é certo, mas também por
realização pessoal.
Queremos o melhor emprego, isto
é, aquele que possibilite a maior remuneração e o menor esforço.
Queremos, igualmente, que as
nossas empresas suportem uma parte das nossas reformas e que o Estado que
formamos nos garanta assistência na doença e nas alturas más das nossas vidas,
nomeadamente quando estamos desempregados.
Desejamos, enquanto
trabalhadores, férias remuneradas, jornadas de trabalho curtas, mais folgas e
uma reforma que chegue cedo.
Mas também somos consumidores,
que querem poder comprar tudo a preços baratos, pressionando, dessa forma, as
empresas a reduzir custos, o que também chega pela concorrência de empresas de
países onde os salários são mais baixos e a protecção social não existe ou é
diminuta.
As empresas que nos dão emprego
ficam, assim, vulneráveis e, em muitos casos, não sobrevivem.
Afirmamos que a concorrência é
desleal, mas compramos!
Há paradigmas da nossa vida sobre
os quais temos de reflectir com profundidade, frieza, sem demagogia e sem
preconceitos.
Cada um deve retirar as suas
conclusões e procurar forma de contribuir para que se mude o que tem de ser
mudado.
Se é certo que o mundo é um rolo
compressor, que não podemos parar, e nos molda a vida, é, também verdade, que o
mundo não será diferente se cada um de nós, individualmente, for hoje igual a
ontem.