dezembro 04, 2013

O Estado somos nós

O Estado somos nós, razão pela qual a sua despesa resulta da concretização de funções ou da prestação de serviços que nos interessam.

No decurso desta crise, à medida que vamos percebendo que ela é mesmo grave e que o seu tratamento será mais demorado e doloroso do que pensámos, sublinha-se, cada vez mais frequentemente, que o problema deve ser resolvido, sobretudo, pelo corte na despesa, como está, aliás, previsto no Memorando de Entendimento com o FMI, BCE e Comissão Europeia.

É verdade que o estado tem sido perdulário, que gera desperdício, que gasta em coisas desnecessárias e, em muitos casos como estamos a observar agora, acima das nossas possibilidades e sem acautelar níveis de transparência insusceptiveis de gerarem dúvidas sobre a boa administração dos bens públicos.

Têm, pois, de concretizar-se melhorias inequívocas neste campo, que possibilitem a redução da despesa pública e sinalizem a prática de uma ética que só fortalece o Estado e facilita a execução de outras medidas indispensáveis para a reposição do equilíbrio das nossas contas, mas mais custosas para os cidadãos,

É, igualmente, verdade que estão afectos aos sectores da educação, saúde, acção e segurança social cerca de três quartos da despesa do Estado.

Sendo uma necessidade, reduzir a despesa pública, sem que isso caia em cima dos destinatários do aperto fiscal que sentimos este ano e que vai continuar em 2014,  é um exercício muito complexo, dada a escassa dimensão da margem de que dispomos para o fazer, o que prejudica a sua eficácia como instrumento de concretização dos objectivos que prosseguimos.

O esforço tem de ser feito, mas não exageremos na expectativa!