outubro 30, 2013

O mais importante primeiro

Vivemos um tempo de aflição onde a cada dia que passa nos sentimos mais deprimidos e cada vez com menos motivos para encarar de modo optimista os desafios que temos de vencer.

Sentimo-nos, como cidadãos, cada vez mais desprotegidos, face a níveis de desemprego altos e crescentes e a um Estado que enfrenta enormes dificuldades para cumprir as suas obrigações e honrar a razão da sua existência.

O momento exige muita capacidade de sofrimento, bom senso e coragem para assumirmos e concretizarmos mudanças na forma como pensamos em determinadas questões e como actuamos em relação a elas.

Uma empresa é o ponto de encontro de vários interesses, atendíveis e respeitáveis, entre os quais os dela própria, que é uma entidade autónoma de quem a faz.

Empregador e empregado são duas partes que contribuem para o sucesso de uma empresa, do qual dependem o lucro do investidor, o salário e o emprego do trabalhador.

No contexto difícil que atravessamos empregadores e empregados têm de afastar barreiras, colocando-se do mesmo lado do problema, agindo para evitar desemprego e abstendo-se de fazer algo que possa contribuir para o seu aumento.

Nunca devemos deixar de lutar pelas nossas causas, mas em tempos como este exige-se um grande discernimento para alinhar os legítimos interesses individuais ou de grupo com o que é justo para a sociedade e seja passível de a ajudar a ultrapassar os seus desafios.

O desemprego é um grave problema, cuja solução exige de todos uma nova abordagem, que dê prioridade à satisfação das necessidades colectivas e secundarize os benefícios particulares ou corporativos.

outubro 27, 2013

O que não podemos falhar

Há pouco mais de um ano João César das Neves publicou “As 10 questões da crise”, um livro onde faz um resumo histórico e explicativo das crises pelas quais Portugal já passou.

Em linguagem simples e directa, a obra regista uma série de interessantes questões que nos levam a compreender melhor o nosso país e a sua economia, bem como o conjunto dos factores que nos conduziram à aflitiva situação em que nos metemos.

Já na sua parte final o livro refere-se a dois importantes factos a propósito das duas anteriores intervenções do FMI em Portugal, que rapidamente produziram resultados.

Na primeira intervenção, em 1978, o Estado, que no quadro do acordo com o FMI, tinha um limite de crédito, obrigou as empresas públicas a endividarem-se para assumirem responsabilidades que deveriam ser suas, ludibriando, assim, o FMI.

Não fora o enorme contributo do sector privado para o ajustamento, que compensou o contributo negativo do Estado, e as coisas teriam corrido mal.

No início dos anos 80 voltámos a necessitar da ajuda do FMI.

Novamente os sacrifícios feitos pelo sector privado garantiram a concretização dos resultados, uma vez que, mais uma vez, o Estado não correspondeu ao que dele era exigido no entendimento com o FMI.

Estamos no momento de mais uma amarga experiência de intervenção do FMI em que se percebeu que o Estado está longe de ter aplicado a si a mesmo exigência que colocou ao sector privado.

Essa é uma das razões que leva os cidadãos ao protesto e constitui-se como o ponto que não poderemos falhar!

outubro 06, 2013

Um foco diferente

A sociedade, e assim a economia, são sistemas muito complexos onde contam, é certo que com pesos diferentes, todas as variáveis e nos quais temos de atender a todos os pormenores.

As pessoas; as suas competências, as suas atitudes e os seus desempenhos; constituem-se como um importantíssimo aspecto, que em muitos casos determina a frustração de projectos porque, em devido tempo, não fui suficientemente considerado e pensado.

Na preparação de um investimento afectam-se largas horas à preparação das questões financeiras e de engenharia, mas a preocupação com os recursos humanos, surge, apenas, na fase final, quando já só há tempo para contratar o melhor que há em vez do que é verdadeiramente necessário para se produzir a qualidade que assegure a sustentabilidade do projecto.

Se se investe fortemente, como vemos, para ter os aspectos tangíveis da oferta bem adequados aos clientes, por que razão não se afectarão o tempo e os recursos necessários para que os projectos sejam servidos pelas pessoas adequadas, com as atitudes e as competências ajustadas aos clientes que se querem servir?

Faltam-nos, e faltar-nos-ão sempre, infraestruturas e os meios financeiros que poderemos mobilizar para as concretizar são e serão escassos.

Mas não nos faltará, igualmente, aproveitarmos melhor o que temos, concentrando a atenção no aperfeiçoamento da nossa organização, na mudança da atitude com que encaramos os desafios, no enriquecimento das nossas competências e na melhoria do conhecimento que temos sobre os nossos clientes?