julho 14, 2013

O que vale o que fazemos?

Temos o hábito de sublinhar as características únicas dos nossos produtos, que lhes são conferidas pela nossa condição de Região ambientalmente equilibrada e asseguradas pela prática de técnicas que não ofendem a natureza.

É assim nos poucos produtos industriais que temos e é assim com a produção do sector primário.

Ao nível dos serviços também nos comprazemos a chamar a atenção para a nossa diferente forma de acolhimento que temos para oferecer aos nossos clientes.

Olhamos à nossa volta e vemos marcas e produtos a diferenciarem-se, isto é, a sublinharem as suas especificidades para ganharem na competição com as suas concorrentes.

Observamos o que ocorre nos mercados e vemos marcas e empresas com altíssimo valor de mercado, praticando preços elevados e com os clientes necessários para serem bem sucedidas.

Penso em nós e dou comigo a elaborar no que se afirma acerca do facto de não termos preços competitivos ou dimensão para produzir o que requer o mercado.

Mas e então os nossos produtos não têm características únicas que lhes podem dar valor?

Terão elas o valor que pensamos?

Como são elas valorizadas pelos mercados que servimos?

Estaremos nos mercados apropriados e nos segmentos correctos?

 


julho 03, 2013

Olhar os resultados

Consumimos largas fatias do nosso tempo discutindo a relevância de uma série de investimentos, geralmente envolvendo betão, que se apresentam como imprescindíveis para o desenvolvimento das nossas comunidades, sejam elas locais, regionais ou até do país como um todo.

É inequívoco que o desenvolvimento não é possível sem infraestruturas que o suportem, mas a realidade já mostrou, infelizmente vezes de mais, que dispor delas não é suficiente para se promover desenvolvimento.

Todos nós conhecemos casos de infraestruturas que se construíram e que são subutilizadas ou que não geram o desenvolvimento que se esperava.

Uma obra pública constrói-se com um fim, razão pela qual se poderiam, logo de início, enunciar com clareza e rigor os seus objectivos.

Isso permitiria associar a cada um dos investimentos um painel de indicadores, que o seu promotor ficaria a obrigado a preencher e divulgar publicamente durante um período alargado de tempo, para que os cidadãos pudessem ir verificando a correspondência entre as expectativas e os resultados.

Um mecanismo desta natureza permitiria maior transparência, que promoveria maior rigor dos decisores, mais bom senso e sentido de responsabilidade dos cidadãos, que individualmente ou em grupo, pressionam no sentido do Estado se comprometer com a realização de obras que não cabem nos recursos que a nossa sociedade dispõe, não produzem benefício de carácter geral e dão escasso contributo para o desenvolvimento de que carecemos.