fevereiro 01, 2012

Para que continuemos a ter Estado!

“Se quisermos que tudo fique como está, é preciso que tudo mude” (Lampedusa)
Sou dos que pensam que o Estado é necessário e que continua a ter um papel na nossa sociedade, que dele não pode prescindir.
“Do lado do rei, com certeza, mas de que rei?” (Tancredi replicando ao tio, quando este lhe manifestou oposição pelo facto de aquele ter seguido os liberais)
O Estado nasceu para defesa de um conjunto de interesses, que sendo de todos não deveriam ser da responsabilidade de ninguém individualmente, embora cada um tivesse de assumir, como expressão de um bem público que é a solidariedade, uma parte da responsabilidade colectiva.
O Estado é, pois, para mim, antes de tudo o mais, um instrumento de garantia ou materialização de solidariedade entre cidadãos.
O que deve o Estado fazer? Em que escala o deve fazer?
Sem grande preocupação justificativa, porque o objectivo é promover a reflexão, registo que o Estado deve nos dias de hoje, para cumprir o que acima deixei dito, garantir aos cidadãos acesso a educação, saúde, justiça, segurança e assegurar uma distribuição de rendimentos que não limite o acesso dos cidadãos aos bens referidos e lhes possibilite uma vida digna.
É isso que acontece?
O que faz o Estado com os recursos que tem?
Cumpre o que dele esperam os cidadãos?
Age com aquelas prioridades em mente?
Quantas vezes são essas prioridades prejudicadas porque se faz o que é acessório ou não deve constituir prioridade do Estado?
E nós, cidadãos, o que pedimos do Estado?
Quantas vezes não reclamamos dele o que a ele não diz respeito?
Quantas vezes não exigimos do Estado mais do que é justo?
O que dele desejamos corresponde a um bem colectivo ou é, apenas, um interesse de grupo, sem relevância para a sociedade?
Estou convicto de que temos de mudar.

NOTA: Uma adaptação deste artigo foi publicada na edição de 22 de agosto de 2012 do Açoriano Oriental.

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