fevereiro 29, 2012

Um jogo?

Fui praticante de Basquetebol e, também, árbitro dessa modalidade.
Lembro-me que a regra inicial do jogo, aquela que definia o seu objectivo, explicava que era fim de cada equipa introduzir a bola no cesto da equipa adversária, impedindo que ela fizesse o mesmo.
Observando o que se passa à minha volta concluo muitas vezes, porque abundam os exemplos, que a política, pelo menos em Portugal, é exercida por muitos como se de um jogo se tratasse. Às vezes parece que o objectivo de uns tantos actores políticos é conquistar o Poder, impedindo que os adversários o consigam.
Na realidade o objectivo da actividade política é outro!
A acção política deveria centrar-se na escolha do que fazer aos recursos de que dispomos colectivamente, procurando maximizar o seu resultado e considerando os objectivos da sociedade.
É, pois, por isso, que os actores da política deveriam concentrar-se em elaborar propostas que respondessem a essas questões, em apresentá-las e em explicá-las aos seus concidadãos.
É vital que a sociedade debata, de novo, mas com serenidade, as ideias, a ideologia, os valores e os princípios.
O Poder é importante. Se queremos fazer algo por nós próprios temos de ter a capacidade de definir ou influenciar decisivamente o rumo da sociedade, mas o Poder é, assim e apenas, um instrumento.
Foi montado à volta da actividade política um espectáculo mediático, que, em muitos aspectos, tem, infelizmente, bastas semelhanças com a cobertura que é feita ao futebol.
Em inúmeros casos o que é relevante fica tapado pelo interesse, pequeno, de se discutir se uma declaração, medida ou posição prejudicam a conquista ou a manutenção do Poder.
Recordo que há uns anos certo jornalista questionava, com insistência, um político sobre se determinada ocorrência seria uma vitória ou uma derrota.
O episódio ilustra uma certa visão da política que floresce em Portugal e que é necessário, do meu ponto de vista, combater.

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